GESTÃO SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS HÍDRICOS NA AMAZÔNIA: Análise dos Efeitos da Mineração com Design Thinking
DOI:
https://doi.org/10.5281/wk88n536Palavras-chave:
Mineração, Qualidade da Água, Amazônia, Design Thinking, SustentabilidadeResumo
Este artigo analisa os impactos da mineração de ouro e ferro na qualidade da água nas regiões de Serra do Navio e Pedra Branca do Amapari, no Amapá, utilizando a metodologia de Design Thinking (DT). A pesquisa combina revisão bibliográfica, análise de dados coletados em campo e relatórios técnicos, com o objetivo de compreender os efeitos ambientais e sociais da mineração. Os resultados indicam que a atividade mineradora altera significativamente os parâmetros de cor e turbidez da água, excedendo os limites estabelecidos pela legislação ambiental. A aplicação do DT permitiu propor soluções inovadoras e colaborativas, integrando as necessidades das comunidades locais e as demandas do setor mineral. As implicações práticas incluem a necessidade de sistemas de monitoramento contínuo e a criação de plataformas colaborativas para a gestão dos recursos hídricos. A pesquisa contribui para o campo da gestão ambiental ao integrar o DT com a análise tradicional, oferecendo uma abordagem centrada no ser humano para enfrentar problemas complexos. Limitações incluem a ausência de dados a montante das atividades mineradoras e a necessidade de expandir a análise para outros parâmetros de qualidade da água.
Downloads
Referências
ABREU, F. A. M. de; CAVALCANTE, I. N.; DUARTE, A. A. M.; CAPUTO, M. V.; MATTA, Milton Antônio da Silva. O sistema Aquífero Grande Amazônia? SAGA: Caracterização e reservas? Dados preliminares. In: Gorayeb, P. S. S.; Lima, A. M. M. de. (Org.). Contribuições à Geologia da Amazônia. 1ed.Belém (PA): SBG - Núcleo Norte, 2015, v. 9, p. 329-342.
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS – ANA. Relato Integrado sobre a Gestão da ANA em 2018. Brasília: ANA, 2018. Disponível em: https://www.gov.br/ana/pt-br/todos-os-documentos-do-portal/documentos-aud/relatorio-de-gestao/relatorio_ana_2018_v-enviada_tcu_compressed.pdf. Acesso em: 19 fev. 2025.
Almeida, A. W. B. (2004). A invenção da Amazônia. Editora da Universidade Amazônica.
AMAPÁ. Agência de Desenvolvimento Econômico. Plano de Mineração do Estado do Amapá 2019-2030. Coordenador: Wagner José Pinheiro Costa. Macapá: Agência de Desenvolvimento Econômico do Amapá, 2019. Disponível em: https://ageamapa.portal.ap.gov.br/docs/Plano-de-Minteracao.pdf. Acesso em: 19 fev. 2025.
AMAPÁ. Governo do Estado. Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Relatório de gestão de recursos hídricos do Amapá. Coordenadoria de Gestão de Recursos Hídricos (CGRH/SEMA). Macapá: SEMA, 2021. Disponível em: https://editor.amapa.gov.br/arquivos_portais/publicacoes/SEMA_05a97a3feb97200fa7a149afb10b6fd2.pdf. Acesso em: 19 fev. 2025.
AmbScience. (2022). Biotecnologia aplicada à remediação de drenagem ácida de mina: Estudos de caso na Amazônia. Revista Brasileira de Gestão Ambiental, 15(3), 78-92.
AmbScience. (2024). Impactos da mineração nos recursos hídricos amazônicos: Uma revisão sistemática. Journal of Environmental Management, 28(2), 145-163.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15.466:2012 - Sistemas de gestão ambiental - Diretrizes para a implementação. Rio de Janeiro, 2012
BARBIERI, José Carlos. Gestão Ambiental Empresarial: Conceitos, Modelos e Instrumentos. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
BASSO, Luis; COSTA, Denis Carlos Lima. Impactos da mineração na qualidade da água na Amazônia: um estudo de caso em Serra do Navio e Pedra Branca do Amapari. Revista Brasileira de Geografia, v. 32, n. 4, p. 25-40, 2020.
BECKER, Bertha. Amazônia: nova geografia, nova política regional e nova escala de ação. In: COY, Martin e KOHLHEPP, Gerd (Coord.). Amazônia sustentável: desenvolvimento sustentável entre políticas públicas, estratégias inovadoras e experiências locais. Rio de Janeiro: Garamond; Tübinger; Alemanha: Geographischen Instituts der Universität Túbingen, 2005. p. 23-44.
BENTES NETO, Hinton Hennington Portilho. Análise bibliométrica na produção científica relacionada à temática gestão hídrica e saneamento na região Amazônica. 2023. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Universidade Federal do Pará, Belém, 2023.
BENTES, HINTON; COSTA, J. P. A. ; GONCALVES, M. S. . PARADOXO DA PRODUÇÃO NA AMAZÔNIA: Análise de Ações de um Laboratório de Qualidade para Agricultura Familiar no Município de Barcarena no Pará. In: III International Virtual Congress on Sustainable Human Resources, 2023, Rio de Janeiro. Sociedade do Conhecimento e Inteligência Artificial: Desafio para uma Gestão de RH Sustentável e Inovadora. Rio de Janeiro: FAPERJ, 2023. v. 01. p. 137-144.
BENTES, HINTON; DO O, M. A. A. ; COSTA, A. V. . PANDEMIC AND THE SEARCH FOR SOLUTIONS: Analysis of Homogeneity in Research on Drinking Water and Sanitation between Lusophone and Anglo-Saxon Countries. UÁQUIRI Revista do Programa de Pós-Graduação em Geografia, v. 6, p. 177-195, 2025.
Brown, T. (2009). Change by design: How design thinking transforms organizations and inspires innovation. Harper Business.
Brown, T. (2009). Change by design: How design thinking transforms organizations and inspires innovation. HarperBusiness.
BROWN, Tim. Change by design: how DT creates new alternatives for business and society. New York: HarperBusiness, 2009.
Büscher, B., Fletcher, R., Brockington, D., & Neves, K. (2023). Towards an ecological economics of conservation: Embedding conservation in a new paradigm. Conservation Letters, 16(4), e12942.
CASTRO, César Nunes de. Água, problemas complexos e o Plano Nacional de Segurança Hídrica. Rio de Janeiro: Ipea, 2022. Disponível em: https://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/11115/1/%C3%81gua_problemas_complexos.pdf. Acesso em: 19 fev. 2025.
CASTRO, Edna (Org.). Desenvolvimento e meio ambiente. Texto-base para 1 ciclo de formação geral. Módulo disciplinar sociedade, natureza e desenvolvimento. Santarém: UFOPA, 2010.
CETESB. Legislação: água para consumo humano – potabilidade-fluoração. São Paulo: s.d. (Séries Documentos). 67 p.
Chiavini, J., & Santos, M. (2023). Análise da contaminação por metais pesados em águas superficiais em regiões de mineração no Amapá. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, 28(4), 87-102.
Creswell, J. W. (Research Design: Qualitative, Quantitative, and Mixed Methods Approaches. 4th ed. Thousand Oaks, CA: SAGE, 2014).
Fabre, C. (2023). Justice as Fairness. Cambridge University Press.
Fearnside, P. M. (2005). Deforestation in Brazilian Amazonia: History, rates, and consequences. Conservation Biology, 19(3), 680-688.
FEITOSA, Fernando A.C. Hidrogeologia: Conceitos e Aplicações. 3. ed. Rio de Janeiro: CPRM, 2008.
FONSECA, Carlos; HIRATA, Ruy; FOSTER, Simon S.. Vulnerabilidade hídrica em áreas urbanas da Amazônia: um estudo de caso em Manaus. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, v. 13, n. 3, p. 65-80, 2008.
Freitas, J. d. S., Mathis, A., Farias Filho, M. C., Homma, A. K. O., Gois, G. d., Ferreira, J. F. C., Rivas, A. A. F., Costa, J. M. d., Silva, D. C. C., Silva, J. A. C. d., Maia, R. d. R. P., Souza, J. V. F. d., Santos, K. M. d., Florentino, G. D., & Bastos, A. B. (2024). The Key to the Sustainability and Conservation of Extractive Reserves in the Amazon. Sustainability, 16(11), 4685. https://doi.org/10.3390/su16114685
GARCIAS, Eduardo Alfonso Cadavid. Política Nacional de Recursos Hídricos: algumas implicações para a bacia amazônica. Cadernos de Ciência & Tecnologia, v. 15, n. 2, p. 85-112, maio/ago. 1998.
Helguero-Balcázar, M. et al. (2023). "Indigenous knowledge integration through participatory design: Case studies in sustainable mining practices in the Amazon basin." Sustainability Science, 18(3), 1097-1112.
IPAM. (2020). Serviços ecossistêmicos da Amazônia. Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia.
Liedtka, J. (2011). Designing for growth: A design thinking tool kit for managers. Columbia University Press.
Martin, R. (2009). The design of business: Why design thinking is the next competitive advantage. Harvard Business Press.
Martin, R. L. (2009). The design of business: Why design thinking is the next competitive advantage. Harvard Business Press.
MARTIN, Roger. The design of business: why DT is the next competitive advantage. Boston: Harvard Business Review Press, 2009.
MATHIS, A.. Extração versus conservação - garimpagem de ouro e política de conservação no Estado do Pará. Papers do NAEA (UFPA), v. 289, p. 1-23, 2012. https://www.periodicos.ufpa.br/index.php/pnaea/article/view/11323
MENDES, Amilcar Carvalho, PROST, Maria Thereza, CASTRO, Edna. Ecossistemas Amazônicos: Dinâmicas, Impactos e Valorização dos Recursos Naturais. Belém: Museu Emilio Goeldi, 2001.
MIKHAILOV, A I., CHERNYI, A. I., GILYAREVSKI, R. S. Informatic, a new name for theory of scientific information. Naukno-Tekhnicheskaya Informatsiya, n. 12, p.35-39, 1966.
MILL, John Stuart. Utilitarismo. 1. ed. São Paulo: Escala, 2007.
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO AMAPÁ. Relatório Técnico de Consultoria: Qualidade ambiental dos recursos hídricos. 2022. Disponível em: https://urano2.mpap.mp.br:8443/download/anexo/?hash=KRXprFCOVwVHkn7fyP5Gd5%2FlvVBls09a3UZiVAPqtNLbX4D0kh9x2L11mElIXSaDPZIV6k2elT4HQX4lO6%2FYf1YdpWdnoyaLaLODkZSSI1U%3D%7Cz4uj8Ka8dVP8H30RFrJNmw%3D%3D. Acesso em: 19 fev. 2025.
Ostrom, E. (2009). A general framework for analyzing sustainability of social-ecological systems. Science, 325(5939), 419-422.
OSTROM, E. Working Together: Collective Action, the Commons, and Multiple Methods in Practice. Princeton: Princeton University Press, 2010.
OSTROM, Elinor. Governing the commons: the evolution of institutions for collective action. Cambridge: Cambridge University Press, 2009.
Pardo, S., & Schweitzer, A. (2023). "Design thinking as a transformative approach for water governance in mining regions." Journal of Sustainable Mining, 22(1), 45-58.
PASTANA NEVES, João Paulo; LOPES DOS SANTOS JUNIOR, Roberto; TELES CONDURÚ, Marise; CHRISTIAN PIMENTEL ALMEIDA, Aline. A produção científica sobre Sistema de Informação Geográfica na Amazônia. ConCI: Convergências em Ciência da Informação, Aracaju, v. 5, p. 1–33, 2022. DOI: 10.33467/conci.v5i.17183. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/conci/article/view/17183. Acesso em: 19 fev. 2025.
REBOUÇAS, Lúcio Pires. Qualidade da água na Amazônia: desafios e perspectivas para o futuro. Revista Brasileira de Saúde Pública, v. 28, n. 2, p. 15-30, 2004.
Rittel, H. W., & Webber, M. M. (1973). Dilemmas in a general theory of planning. Policy Sciences, 4(2), 155-169.
RITTEL, H.; WEBBER, M. Dilemmas in a general theory of planning. Policy Sciences, v. 4, n. 1, p. 155-169, 1973.
RODRIGUES, Pietra Azevedo ; LIMA, Marco Antonio Silva . Responsabilidade social corporativa na mineração: o Programa Juruti Sustentável sob a ótica da Teoria Institucional. In: Marco Antonio Silva Lima. (Org.). Gestão e Desenvolvimento Regional. 1ed.Belém: Amazoniatec, 2021, v. 1, p. 37-53.
Santos, A. S., et al. (2021). Mercury contamination in fish and human health risks in the Amazon: A systematic review. Environmental Research, 200, 111392.
SARNEY, José; COSTA, Pedro. Amapá: a terra onde o Brasil começa. Brasília: Senado Federal, 1999.
SCARE, R. F.; ZYLBERZSTAJN, D. Escassez de água e mudança institucional: análise da regulação dos recursos hídricos nos estados brasileiros. RAC-Eletrônica, v. 1, n. 1, p. 31-46, 2007.
Sen, A. (2009). The idea of justice. Harvard University Press.
Sepe, J. (2018). Gestão de recursos hídricos em áreas de mineração. Editora Ambiental.
Silva, J. P., Mello, J. W. V., Duarte, H. A., & Ladeira, A. C. Q. (2004). Estudo da mobilidade e da disponibilidade de metais pesados em solos afetados por drenagem ácida. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 28(1), 23-34.
SIOLI, H. Recursos hídricos da região amazônica: utilização e preservação. Revista Brasileira de Ecologia, v. 13, n. 1, p. 1-20, 1968.
SNELSON, C. L. Qualitative and Mixed Methods Social Media Research: A Review of the Literature. International Journal of Qualitative Methods. 2016.
SPERLING, E. von; JARDIM, F.A.; GRANDCHAMP, C.A.P. Qualidade da água durante a formação de lagos profundos em cavas de mineração: estudo de caso do lago de Águas Claras – MG. Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 9, n. 3, p. 250-259, 2004.
SPERLING, M. von. Princípios do tratamento biológico de águas residuárias: Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos; volume 1; 3 ed.; Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental – UFMG; 2005.
VAZ, P.A.B.; MENDES, M. Meio ambiente e mineração. Revista de Tecnologia e Ambiente, Criciúma, v. 3, n. 1, p. 55-67, 1997.
VERB, R.G.; VIS, M.L., Macroalgal communities from an acid mine drainage impacted watershed.Aquatic Botany, Amsterdam, v. 71, n. 2, p. 93-107, out., 2001.
WANG, X.; LI, X.; ZHU, J.; TANAJURA, C. The strengthening of Amazonian precipitation during the wet season driven by tropical sea surface temperature forcing. Environmental Research Letters, v. 13, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1088/1748-9326/aadbb9. Acesso em: 04 fev. 2023.
Wehn, U., & Montalvo, C. (2022). "Collaborative innovation in water management: Stakeholder engagement through design thinking processes." Water Resources Management, 36(8), 2803-2820.
Yin, R. K. (Case Study Research and Applications: Design and Methods. 6th ed. Thousand Oaks, CA: SAGE, 2018).
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Fundamentos
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Usted es libre de:
- Compartir — copiar y redistribuir el material en cualquier medio o formato
- Adaptar — remezclar, transformar y construir a partir del material
- La licenciante no puede revocar estas libertades en tanto usted siga los términos de la licencia
Bajo los siguientes términos:
- Atribución — Usted debe dar crédito de manera adecuada , brindar un enlace a la licencia, e indicar si se han realizado cambios . Puede hacerlo en cualquier forma razonable, pero no de forma tal que sugiera que usted o su uso tienen el apoyo de la licenciante.
- NoComercial — Usted no puede hacer uso del material con propósitos comerciales .
- CompartirIgual — Si remezcla, transforma o crea a partir del material, debe distribuir su contribución bajo la la misma licencia del original.
- No hay restricciones adicionales — No puede aplicar términos legales ni medidas tecnológicas que restrinjan legalmente a otras a hacer cualquier uso permitido por la licencia.
