Homicídios e Vulnerabilidade Social: Um estudo relacional dos Estados Brasileiros

Resumo

O objetivo deste estudo foi projetar o espaço relacional dos homicídios nos estados do Brasil. Para tanto, empregamos duas técnicas estatísticas: a primeira, a correlação de Pearson, que busca identificar e medir conexões entre variáveis destacando suas inter-relações. A segunda, a Análise de Componentes Principais (ACP), que transforma um conjunto inicial de variáveis em um conjunto reduzido de variáveis independentes que mantêm a essência das informações do conjunto original. Os dados mostram que estados que têm circunstâncias favoráveis em certos anos costumam ter taxas de homicídios mais baixas. No entanto, os estados com altas taxas de homicídios também enfrentam dificuldades como analfabetismo, vulnerabilidade social e um maior número de mães como chefes de família. A ACP mostra que estado/anos com altas apreensões de drogas, maior encarceramento, educação de qualidade, mais pessoas empregadas e menos mães chefes de família com gravidez na adolescência têm menores taxas de homicídios. Indica também que, apesar da igualdade de rendimentos ter aumentado, a vulnerabilidade social permanece elevada. Os resultados demonstram que o problema é histórico e complexo, e que as ações governamentais têm a capacidade de influenciar o cenário de violência homicida. A presente pesquisa sustenta a afirmação de que, para a redução das taxas de homicídio, as ações governamentais preventivas e repressivas são preponderantes.